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O que é o câncer?

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Os órgãos e tecidos humanos são formados por células1. Se essas células1 passam a se multiplicar de forma anormal, elas formam tumores cancerosos que podem invadir tecidos saudáveis e se espalhar para outras partes do corpo, os são chamados tumores malignos. Os tumores benignos, por seu turno, formam-se a partir de células1 muito semelhantes às normais, que não se multiplicam tão rapidamente e não são capazes de migrar para outros tecidos.

O câncer2 pode afetar praticamente qualquer parte do corpo e pode ser causado por uma variedade de fatores, incluindo fatores genéticos, estilo de vida e exposição a substâncias tóxicas.

Quais são as causas do câncer2?

Em um corpo saudável, as células1 carregam em seu DNA instruções de como crescerem, se dividirem, morrerem e serem substituídas de maneira controlada. O câncer2 surge quando essas células1 sofrem algum tipo de alteração no DNA e passam a se dividir e se reproduzir de forma descontrolada. A causa exata de por que isso acontece continua desconhecida, mas conhecem-se alguns fatores de risco comuns:

  1. O risco de desenvolver câncer2 aumenta com a idade.
  2. Algumas formas de câncer2 são hereditárias, ou seja, podem ser transmitidas de um parente para outro.
  3. O tabagismo é a principal causa evitável de câncer2 e é responsável por cerca de 30% de todos os casos de câncer2.
  4. A exposição à radiação ionizante, como a radiação de raios-X, pode aumentar o risco de câncer2.
  5. Algumas substâncias químicas, como amianto e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, podem aumentar o risco de câncer2.
  6. Uma dieta pobre em vegetais e frutas e um estilo de vida sedentário podem aumentar o risco de câncer2.
  7. Algumas infecções3, como pelo papilomavírus humano (HPV), podem aumentar o risco de câncer2.
  8. Outros fatores que também podem aumentar o risco de câncer2 incluem o consumo excessivo de álcool, o uso de hormônios sintéticos e o excesso de exposição ao sol.

No entanto, nem todas as pessoas que têm fatores de risco desenvolverão câncer2, e muitas pessoas que desenvolvem câncer2 não têm fatores de risco conhecidos.

Leia sobre "É possível acabar com o câncer2?", "Linfonodo4 sentinela" e "Distinção entre tumores benignos e malignos".

Qual é o substrato fisiopatológico do câncer2?

A fisiopatologia5 do câncer2 é complexa e ainda não é compreendida. No entanto, sabe-se que o câncer2 surge a partir de uma mutação genética6, ou seja, de uma alteração no DNA da célula7, que passa a receber instruções erradas para as suas atividades.

As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados proto-oncogenes, os quais a princípio são inativos em células1 normais. Os fatores de risco citados podem contribuir para o desenvolvimento da doença.

Quais são as características clínicas do câncer2?

Algumas características clínicas comuns do câncer2 incluem:

  • um nódulo8 ou massa no tecido9 do corpo;
  • alterações no tamanho, forma ou cor de um sinal10 ou sintoma11;
  • sangramento ou secreção anormal;
  • dor;
  • perda de peso ou fadiga12;
  • alterações no apetite.

Alguns tipos de câncer2, como o câncer2 de estômago13, podem alterar o apetite ou mudanças no padrão de evacuação. Essas mesmas características também podem ser causadas por outras doenças e não necessariamente indicam câncer2. A única maneira de confirmar o diagnóstico14 é através de exames médicos específicos.

Os diferentes tipos de câncer2 correspondem aos vários tipos de células1 do corpo. Quando começam em tecidos epiteliais, como pele15 ou mucosas16, são denominados carcinomas. Se o ponto de partida são os tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem17, são chamados sarcomas.

Os tipos de câncer2 mais comuns no mundo são: o câncer2 de mama18, para as mulheres; o câncer2 de próstata19, para os homens; seguidos pelo câncer2 de pulmão20, o câncer2 colorretal e o de estômago13.

As células1 cancerosas costumam se espalhar para outras partes do corpo por meio da corrente sanguínea ou dos vasos linfáticos, e aí começam a crescer e formar novos tumores. Ao longo do tempo, os tumores substituirão o tecido9 local normal. Esse processo de disseminação do câncer2 é denominado metástase21.

Como o médico diagnostica o câncer2?

Existem várias maneiras de diagnosticar o câncer2, dependendo do tipo da doença e de onde ele está localizado no corpo. Alguns métodos comuns de diagnóstico14 incluem:

  • a história clínica, em que o médico recolhe um histórico dos sintomas22 do paciente;
  • o exame físico, em que ele examina o corpo do paciente para verificar se há algum sinal10 de câncer2, como um nódulo8 ou inchaço23, por exemplo;
  • exames de imagem, como radiografias, ressonância magnética24, tomografia computadorizada25 ou PET (tomografia por emissão de pósitrons), para visualizar o interior do corpo e procurar por sinais26 de câncer2;
  • exames laboratoriais de sangue27 e outros para verificar se há marcadores tumorais presentes no organismo;
  • e a biópsia28, em que o médico remove uma amostra de tecido9 do local suspeito para examinar em laboratório.

A biópsia28, por meio da análise das células1, é o único método que pode confirmar definitivamente a presença de câncer2. Com muita frequência, o médico usa mais de um desses métodos para diagnosticar o câncer2.

Veja também: "Câncer2 - informações importantes", "Prevenção do câncer2" e "Tratamento das metástases29 ósseas".

Como o médico trata o câncer2?

Dependendo do seu tipo, estágio ou localização, o tratamento do câncer2 pode incluir cirurgia, quimioterapia30, radioterapia31, imunoterapia e outros tipos de terapia. É importante procurar ajuda médica o mais cedo possível se o paciente tiver sintomas22 suspeitos de câncer2 ou se tiver risco aumentado de desenvolver a doença, porque as chances de cura são muito maiores quanto mais precoce for o diagnóstico14.

Como evolui o câncer2?

Alguns cânceres diagnosticados precocemente que ainda não tenham espalhado suas células1 pelo organismo, e outros que não têm tendência a fazê-lo, podem ter uma cura definitiva mediante a extirpação cirúrgica do tumor32.

Aqueles que já tenham espalhado suas células1 à distância devem receber quimioterapia30, com o objetivo de matá-las, mas esse tratamento tem resultados incertos.

O câncer2 que já tenha estabelecido metástase21 não é curável.

Quais são as complicações possíveis com o câncer2?

O câncer2 pode causar uma série de complicações, dependendo do tipo e do local do câncer2, da fase em que se encontra e do tratamento utilizado. Cada pessoa pode ter experiências diferentes com o câncer2 e as complicações associadas. Alguns pacientes podem ter complicações graves enquanto outros podem ter poucas complicações ou nenhuma.

Algumas das complicações mais comuns do câncer2 incluem dor, fadiga12, inflamação33, infecções3, efeitos colaterais34 do tratamento, metástases29 e recaídas.

Saiba mais: "Limitar o consumo de álcool reduz o risco de câncer2" e "Quinze sintomas22 de câncer2 que muitas mulheres ignoram".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do INCA - Instituto Nacional de Câncer e da Biblioteca Virtual em Saúde.

ABCMED, 2023. O que é o câncer?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/cancer/1432595/o-que-e-o-cancer.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
2 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
3 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
4 Linfonodo: Gânglio ou nodo linfático.
5 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
6 Mutação genética: É uma alteração súbita no genótipo de um indivíduo, sem relação com os ascendentes, mas passível de ser herdada pelos descendentes.
7 Célula: Unidade funcional básica de todo tecido, capaz de se duplicar (porém algumas células muito especializadas, como os neurônios, não conseguem se duplicar), trocar substâncias com o meio externo à célula, etc. Possui subestruturas (organelas) distintas como núcleo, parede celular, membrana celular, mitocôndrias, etc. que são as responsáveis pela sobrevivência da mesma.
8 Nódulo: Lesão de consistência sólida, maior do que 0,5cm de diâmetro, saliente na hipoderme. Em geral não produz alteração na epiderme que a recobre.
9 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
10 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
11 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
12 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
13 Estômago: Órgão da digestão, localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, entre o final do ESÔFAGO e o início do DUODENO.
14 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
15 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
16 Mucosas: Tipo de membranas, umidificadas por secreções glandulares, que recobrem cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
17 Cartilagem: Tecido resistente e flexível, de cor branca ou cinzenta, formado de grandes células inclusas em substância que apresenta tendência à calcificação e à ossificação.
18 Mama: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
19 Próstata: Glândula que (nos machos) circunda o colo da BEXIGA e da URETRA. Secreta uma substância que liquefaz o sêmem coagulado. Está situada na cavidade pélvica (atrás da parte inferior da SÍNFISE PÚBICA, acima da camada profunda do ligamento triangular) e está assentada sobre o RETO.
20 Pulmão: Cada um dos órgãos pareados que ocupam a cavidade torácica que tem como função a oxigenação do sangue.
21 Metástase: Formação de tecido tumoral, localizada em um lugar distante do sítio de origem. Por exemplo, pode se formar uma metástase no cérebro originário de um câncer no pulmão. Sua gravidade depende da localização e da resposta ao tratamento instaurado.
22 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
23 Inchaço: Inchação, edema.
24 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
25 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
26 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
27 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
28 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
29 Metástases: Formação de tecido tumoral, localizada em um lugar distante do sítio de origem. Por exemplo, pode se formar uma metástase no cérebro originário de um câncer no pulmão. Sua gravidade depende da localização e da resposta ao tratamento instaurado.
30 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
31 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
32 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
33 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
34 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
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