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Cuidados paliativos e a ajuda que eles podem oferecer

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O que são cuidados paliativos1?

Cuidados paliativos1 são o conjunto de práticas de assistência ao paciente com doença de longa duração e incurável que visa diminuir os sintomas2 e as reações que causam sofrimento a ele e à sua família. Eles não atacam a causa do problema, mas suas manifestações desagradáveis.

São mais comumente dispensados a pacientes com enfermidades incuráveis (maiormente cânceres) ou durante o curso de outras enfermidades de longo curso. O objetivo dos cuidados paliativos1 é melhorar a qualidade de vida tanto do paciente quanto da sua família, é apropriado a qualquer idade e em qualquer fase de uma doença grave e pode ser fornecido ao mesmo tempo que o tratamento curativo.

Por que cuidados paliativos1?

Os cuidados paliativos1 visam uma maior dignidade para o paciente e a melhoria da qualidade de vida dele e de seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida ou a integridade da pessoa. Eles devem ser prestados por uma equipe multidisciplinar e consistem em manejar da maneira mais cômoda possível os sintomas2 e/ou deficiências que acometem a pessoa, em razão da doença ou de inevitáveis efeitos colaterais3 desagradáveis das medicações.

Apesar da conotação negativa do termo paliativo4, o tratamento paliativo4 deve ser eminentemente5 ativo. Mesmo não se referindo à causa da enfermidade, os cuidados paliativos1 devem ser vistos como parte integrante do tratamento e, assim, indeclinável obrigação do médico assistente e de sua equipe.

O médico precisa ter em mente que os cuidados são com o seu paciente e não com a doença que ele tem. Doenças terminais causam sofrimento. As mesmas doenças se repetem em diferentes pessoas, mas cada ser humano é único e é compreendendo a maneira diferenciada que cada indivíduo experimenta e encara o seu próprio sofrimento que os cuidados paliativos1 podem ajudar mais. Porque eles procuram aliviar não só o sofrimento físico, mas também o sofrimento emocional, social, familiar e espiritual de cada indivíduo.

Profissionais que assistem pacientes com doenças terminais procuram auxiliá-los no encontro de um sentido para o que cada um deles viveu e está vivendo, mais do que encontrar uma resposta para o que vem depois da morte; é o que esclarece a Dra. Ana Cláudia Quintana, médica geriatra formada pela FMUSP e que presta assistência a pacientes terminais. Ela também é autora do livro "A morte é um dia que vale a pena viver".

Quais são os principais cuidados paliativos1?

É quase impossível elencar todos os cuidados paliativos1, tal é a variedade de situações e de pacientes em que eles podem ser aplicáveis. De um modo geral, os mais comuns são o alívio da dor e de outros sintomas2 estressantes como astenia6, anorexia7 e dispneia8, por exemplo; a reafirmação da vida e da morte como processos naturais; a integração das dimensões psicológicas e sociais ao aspecto clínico; o oferecimento de um sistema de apoio à família para lidar com a doença do paciente; a ajuda aos pacientes para viverem o mais ativamente possível até sua morte e o uso de uma abordagem interdisciplinar para atender às necessidades clínicas e sociais dos pacientes e de suas famílias.

Veja também sobre "Prevenção do câncer9", "Envelhecimento saudável" e "Atividade física".

 

ABCMED, 2018. Cuidados paliativos e a ajuda que eles podem oferecer. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/1317198/cuidados-paliativos-e-a-ajuda-que-eles-podem-oferecer.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Paliativos: 1. Que ou o que tem a qualidade de acalmar, de abrandar temporariamente um mal (diz-se de medicamento ou tratamento); anódino. 2. Que serve para atenuar um mal ou protelar uma crise (diz-se de meio, iniciativa etc.).
2 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
3 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
4 Paliativo: 1. Que ou o que tem a qualidade de acalmar, de abrandar temporariamente um mal (diz-se de medicamento ou tratamento); anódino. 2. Que serve para atenuar um mal ou protelar uma crise (diz-se de meio, iniciativa etc.).
5 Eminentemente: De modo eminente; em alto grau; acima de tudo.
6 Astenia: Sensação de fraqueza, sem perda real da capacidade muscular.
7 Anorexia: Perda do apetite ou do desejo de ingerir alimentos.
8 Dispnéia: Falta de ar ou dificuldade para respirar caracterizada por respiração rápida e curta, geralmente está associada a alguma doença cardíaca ou pulmonar.
9 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
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