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Hipertensão intracraniana: conceito, causas, características, diagnóstico, tratamento e possíveis complicações

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O que é a hipertensão1 intracraniana?

Chama-se hipertensão1 intracraniana ou hipertensão1 endocraniana ao aumento da pressão no interior do crânio2, o que pode acontecer de repente ou ir aumentando ao longo do tempo.

Quais são as causas da hipertensão1 intracraniana?

A hipertensão1 intracraniana ou é causada pelo aumento do tamanho do cérebro3 ou pela quantidade aumentada de líquido, devido a um tumor4 cerebral, hemorragia5, infecção6, abscessos7, acidente vascular cerebral8 ou efeito colateral9 de certos medicamentos. Por vezes, não há nenhuma razão evidente para esse estado e ele é referido como hipertensão1 intracraniana idiopática10.

A hipertensão1 intracraniana crônica pode ser ocasionada por um tumor4 cerebral, uma infecção6 cerebral, hidrocefalia11, anormalidades dos vasos sanguíneos12 ou trombose13 venosa sinusal, por exemplo.

A hipertensão1 intracraniana idiopática10 é mais comum em mulheres com excesso de peso, em torno dos vinte anos de idade, mas também está associada a problemas hormonais, policitemia vera14, anemia15 por deficiência de ferro, insuficiência renal16 crônica e lúpus17. Estas condições apenas são ligadas com a hipertensão1 intracraniana idiopática10, mas não são necessariamente a sua causa.

Qual é a fisiopatologia18 da hipertensão1 intracraniana?

Geralmente, a pressão normal dentro do crânio2 varia entre 5 e 15 mmHg. Na hipertensão1 intracraniana ela encontra-se acima desse valor e, por isso, nos casos mais graves pode impedir o sangue19 de entrar no crânio2, deixando de haver oxigenação adequada deste órgão. Outra consequência da hipertensão1 endocraniana pode ser a formação de hérnias20 cerebrais.

Quais são as principais características clínicas da hipertensão1 intracraniana?

A maioria das pessoas com hipertensão1 intracraniana crônica sente graves dores de cabeça21 latejantes que são agravadas pelo esforço ou pela tosse e associadas a náuseas22 e vômitos23 e alterações na visão24, devido à afetação dos nervos óticos (papiledema). O paciente pode se sentir sonolento, confuso e irritado. Ocasionalmente, pode ouvir um som peculiar em seus ouvidos.

A hipertensão1 intracraniana aguda pode ser fatal, se não for tratada rapidamente. A hipertensão1 crônica é causada por um acúmulo de líquido no cérebro3 ou um tumor4 cerebral que cresce lentamente.

Como o médico diagnostica a hipertensão1 intracraniana?

A hipertensão1 intracraniana pode ser suspeitada quando o paciente tiver sinais25 e sintomas26 como distúrbios de visão24 e dores de cabeça21. Muitas vezes um diagnóstico27 de hipertensão1 intracraniana é feito por exclusão de outras causas possíveis para os sintomas26 apresentados. Ele deve incluir um exame neurológico, uma avaliação oftalmológica, uma tomografia computadorizada28 ou ressonância magnética29 e uma punção lombar.

Como o médico trata a hipertensão1 intracraniana?

O tratamento da hipertensão1 intracraniana depende da condição causal subjacente. Se o paciente está acima do peso, é importante perder peso porque isso muitas vezes ajuda a reduzir os sintomas26, sem a necessidade de tratamento médico. Alguns medicamentos como diuréticos30, corticoides ou antibióticos podem ser utilizados visando reduzir a hipertensão1 ou tratar a causa subjacente.

Punções lombares podem ser necessárias para remover o excesso de líquido cefalorraquidiano31 e manter baixa a pressão intracraniana. Uma cirurgia deve ser considerada como um recurso extremo e heroico para extração da massa que esteja causando a hipertensão1 ou para corrigir a circulação32 anormal do líquor33, se a medicação e a perda de peso não conseguirem controlar a hipertensão1. Raramente, pode ser necessário um procedimento cirúrgico para abrir a bainha em torno do nervo óptico, para aliviar a pressão sobre o nervo.

Como evolui a hipertensão1 intracraniana?

Muitos pacientes com hipertensão1 intracraniana crônica têm seus sintomas26 aliviados após o tratamento, embora eles possam reaparecer. A pressão intracraniana desses pacientes deve ser monitorada continuamente pelo resto da vida.

Quais são as complicações possíveis da hipertensão1 intracraniana?

A hipertensão1 intracraniana comprime o encéfalo34, dificultando a circulação32 sanguínea e deslocando o tecido nervoso35 contra o tronco cerebral36, que contém as funções vitais primordiais. É assim que a maioria os doentes neurológicos graves morrem.

 

ABCMED, 2016. Hipertensão intracraniana: conceito, causas, características, diagnóstico, tratamento e possíveis complicações. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/823769/hipertensao-intracraniana-conceito-causas-caracteristicas-diagnostico-tratamento-e-possiveis-complicacoes.htm>. Acesso em: 23 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
2 Crânio: O ESQUELETO da CABEÇA; compreende também os OSSOS FACIAIS e os que recobrem o CÉREBRO. Sinônimos: Calvaria; Calota Craniana
3 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
4 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
5 Hemorragia: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
6 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
7 Abscessos: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
8 Acidente vascular cerebral: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
9 Efeito colateral: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
10 Idiopática: 1. Relativo a idiopatia; que se forma ou se manifesta espontaneamente ou a partir de causas obscuras ou desconhecidas; não associado a outra doença. 2. Peculiar a um indivíduo.
11 Hidrocefalia: Doença produzida pelo aumento do conteúdo de Líquido Cefalorraquidiano. Nas crianças pequenas, manifesta-se pelo aumento da cabeça, e nos adultos, pelo aumento da pressão interna do cérebro, causando dores de cabeça e outros sintomas neurológicos, a depender da gravidade. Pode ser devido a um defeito de escoamento natural do líquido ou por um aumento primário na sua produção.
12 Vasos Sanguíneos: Qualquer vaso tubular que transporta o sangue (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias).
13 Trombose: Formação de trombos no interior de um vaso sanguíneo. Pode ser venosa ou arterial e produz diferentes sintomas segundo os territórios afetados. A trombose de uma artéria coronariana pode produzir um infarto do miocárdio.
14 Policitemia vera: Distúrbio mieloproliferativo crônico, devido à multiplicação anormal de células progenitoras hematopoiéticas, que resulta na superprodução de células sanguíneas tais como eritrócitos, plaquetas e alguns leucócitos. Isto impede que as células-mãe desempenhem suas funções corretamente.
15 Anemia: Condição na qual o número de células vermelhas do sangue está abaixo do considerado normal para a idade, resultando em menor oxigenação para as células do organismo.
16 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
17 Lúpus: 1. É uma inflamação crônica da pele, caracterizada por ulcerações ou manchas, conforme o tipo específico. 2. Doença autoimune rara, mais frequente nas mulheres, provocada por um desequilíbrio do sistema imunológico. Nesta patologia, a defesa imunológica do indivíduo se vira contra os tecidos do próprio organismo como pele, articulações, fígado, coração, pulmão, rins e cérebro. Essas múltiplas formas de manifestação clínica, às vezes, podem confundir e retardar o diagnóstico. Lúpus exige tratamento cuidadoso por médicos especializados no assunto.
18 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
19 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
20 Hérnias: É uma massa circunscrita formada por um órgão (ou parte de um órgão) que sai por um orifício, natural ou acidental, da cavidade que o contém. Por extensão de sentido, excrescência, saliência.
21 Cabeça:
22 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
23 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
24 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
25 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
26 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
27 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
28 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
29 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
30 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
31 Líquido cefalorraquidiano: Líquido cefalorraquidiano (LCR), também conhecido como líquor ou fluido cérebro espinhal, é definido como um fluido corporal estéril, incolor, encontrado no espaço subaracnoideo no cérebro e na medula espinhal (entre as meninges aracnoide e pia-máter). Caracteriza-se por ser uma solução salina pura, com baixo teor de proteínas e células, atuando como um amortecedor para o córtex cerebral e a medula espinhal. Possui também a função de fornecer nutrientes para o tecido nervoso e remover resíduos metabólicos do mesmo. É sintetizado pelos plexos coroidais, epitélio ventricular e espaço subaracnoideo em uma taxa de aproximadamente 20 mL/hora. Em recém-nascidos, este líquido é encontrado em um volume que varia entre 10 a 60 mL, enquanto que no adulto fica entre 100 a 150 mL.
32 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
33 Líquor: Líquido cefalorraquidiano (LCR), também conhecido como líquor ou fluido cérebro espinhal, é definido como um fluido corporal estéril, incolor, encontrado no espaço subaracnoideo no cérebro e na medula espinhal (entre as meninges aracnoide e pia-máter). Caracteriza-se por ser uma solução salina pura, com baixo teor de proteínas e células, atuando como um amortecedor para o córtex cerebral e a medula espinhal. Possui também a função de fornecer nutrientes para o tecido nervoso e remover resíduos metabólicos do mesmo. É sintetizado pelos plexos coroidais, epitélio ventricular e espaço subaracnoideo em uma taxa de aproximadamente 20 mL/hora. Em recém-nascidos, este líquido é encontrado em um volume que varia entre 10 a 60 mL, enquanto que no adulto fica entre 100 a 150 mL.
34 Encéfalo: A parte do SISTEMA NERVOSO CENTRAL contida no CRÂNIO. O encéfalo embrionário surge do TUBO NEURAL, sendo composto de três partes principais, incluindo o PROSENCÉFALO (cérebro anterior), o MESENCÉFALO (cérebro médio) e o ROMBENCÉFALO (cérebro posterior). O encéfalo desenvolvido consiste em CÉREBRO, CEREBELO e outras estruturas do TRONCO ENCEFÁLICO (MeSH). Conjunto de órgãos do sistema nervoso central que compreende o cérebro, o cerebelo, a protuberância anular (ou ponte de Varólio) e a medula oblonga, estando todos contidos na caixa craniana e protegidos pela meninges e pelo líquido cefalorraquidiano. É a maior massa de tecido nervoso do organismo e contém bilhões de células nervosas. Seu peso médio, em um adulto, é da ordem de 1.360 g, nos homens e 1.250 g nas mulheres. Embriologicamente, corresponde ao conjunto de prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. Seu crescimento é rápido entre o quinto ano de vida e os vinte anos. Na velhice diminui de peso. Inglês
35 Tecido Nervoso:
36 Tronco Cerebral: Parte do encéfalo que conecta os hemisférios cerebrais à medula espinhal. É formado por MESENCÉFALO, PONTE e MEDULA OBLONGA.
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Comentários

29/03/2016 - Comentário feito por Rosangela
Muito bom o artigo sobre hipertensão int...
Muito bom o artigo sobre hipertensão intracraneana.

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