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Hiperparatireoidismo: tipos, definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção

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O que é hiperparatireoidismo?

O hiperparatireoidismo primário é caracterizado pelo funcionamento exagerado de uma ou mais glândulas1 paratireoides, levando a um aumento da produção do hormônio2 paratireoideano (paratormônio) na circulação3. O hiperparatireoidismo secundário é causado por alguma doença sistêmica (geralmente renal4) que ative essas glândulas1.

As glândulas1 paratireoides normalmente são em número de quatro (dois pares), do tamanho de uma ervilha, localizadas atrás ou mesmo dentro da tireoide5, mas algumas pessoas têm seis ou até mesmo oito dessas glândulas1. Suas relações com a tireoide5 não vão além da sua localização; as funções de ambas são inteiramente diferentes.

As paratireoides fabricam o hormônio2 paratireoideano, responsável principal pela regulação da concentração de cálcio e fósforo no sangue6. Se as glândulas1 paratireoides secretam muito hormônio2, o nível de cálcio sanguíneo se eleva, condição que recebe o nome de hipercalcemia.

Quais são as causas do hiperparatireoidismo?

Na quase totalidade dos casos a hiperfunção da glândula7 deve-se a um adenoma8 (tumor9 benigno) nas paratireoides ou a uma hiperplasia10 (inchaço11) da glândula7. E em casos raros pode ser causada por tumores malignos.

Quais são os principais sinais12 e sintomas13 do hiperparatireoidismo?

Os sinais12 e sintomas13 do hiperparatireoidismo são devidos ao aumento de cálcio no sangue6 e na urina14 e à extração biológica de cálcio dos ossos. Sempre que ocorrem níveis elevados de paratormônio podem surgir sintomas13 como fraqueza muscular, perda de apetite, fadiga15, emagrecimento, prurido16, constipação17 intestinal, dores abdominais, náuseas18, vômitos19, aumento do volume urinário, sonolência, dificuldade de concentração, confusão mental, depressão, delírios e dores ósseas. Se o hiperparatireoidismo perdura por maior tempo, podem ocorrer sintomas13 digestivos como úlcera duodenal20, pancreatite21, cólica e/ou insuficiência renal22, atrofia23 muscular, alterações visuais, hipertensão arterial24 e alterações do eletrocardiograma25.

Como o médico diagnostica o hiperparatireoidismo?

O diagnóstico26 de hiperparatireoidismo pode ser muito difícil porque cerca da metade dos casos é assintomática. Quando há sintomas13, eles são inespecíficos e os mais comuns são: frequentes pedras no rins27, problemas ósseos graves, síndrome28 neuropsiquiátrica com depressão, confusão mental e hiperreflexia29 generalizada. Mesmo assintomático, o hiperparatireoidismo ocasiona um aumento de risco para doenças cardiovasculares30 e fraturas ósseas por osteoporose31. Radiografias das mãos32, ossos longos33, coluna, crânio34 e arcada dentária35 ajudam a detectar as alterações. As alterações renais, por sua vez, podem ser avaliadas através da ultrassonografia36. Pode-se ainda medir o nível de cálcio no sangue6, a elevação do hormônio2 da paratireoide e da vitamina37 D. Há outras causas de elevação do cálcio sanguíneo, mas apenas no hiperparatireoidismo o paratormônio também está elevado ao mesmo tempo. Podem ser feitos ainda exames de imagem da região do pescoço38 (ultrassonografia36, cintilografia39, tomografia e ressonância magnética40) e dosagens de marcadores do metabolismo41 ósseo.

Como o médico trata o hiperparatireoidismo?

Alguns pacientes com hiperparatireoidismo leve nem chegam a necessitar de tratamento. Quando é necessário, o tratamento do hiperparatireoidismo é cirúrgico, seja com a retirada das glândulas1 paratireoides hiperplásicas ou do tumor9, quando for o caso. A hipercalcemia, quando severa, deve ser tratada por meio de hidratação oral ou venosa, com ingestão de pelo menos dois litros de água por dia ou administração de soro42 fisiológico43 venoso. Existem medicamentos capazes de diminuir o cálcio no sangue6 (raloxifeno) e melhorar a densidade mineral óssea (alendronato).

Como prevenir o hiperparatireoidismo?

Não há como prevenir o hiperparatireoidismo, mas há como minorar seus efeitos através de um exame regular dos níveis de cálcio em todos os familiares em primeiro grau, a partir da puberdade, e do tratamento o mais precoce que for possível. 

ABCMED, 2013. Hiperparatireoidismo: tipos, definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/348634/hiperparatireoidismo-tipos-definicao-causas-sintomas-diagnostico-tratamento-e-prevencao.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Glândulas: Grupo de células que secreta substâncias. As glândulas endócrinas secretam hormônios e as glândulas exócrinas secretam saliva, enzimas e água.
2 Hormônio: Substância química produzida por uma parte do corpo e liberada no sangue para desencadear ou regular funções particulares do organismo. Por exemplo, a insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que diz a outras células quando usar a glicose para energia. Hormônios sintéticos, usados como medicamentos, podem ser semelhantes ou diferentes daqueles produzidos pelo organismo.
3 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
4 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
5 Tireoide: Glândula endócrina altamente vascularizada, constituída por dois lobos (um em cada lado da TRAQUÉIA) unidos por um feixe de tecido delgado. Secreta os HORMÔNIOS TIREOIDIANOS (produzidos pelas células foliculares) e CALCITONINA (produzida pelas células para-foliculares), que regulam o metabolismo e o nível de CÁLCIO no sangue, respectivamente.
6 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
7 Glândula: Estrutura do organismo especializada na produção de substâncias que podem ser lançadas na corrente sangüínea (glândulas endócrinas) ou em uma superfície mucosa ou cutânea (glândulas exócrinas). A saliva, o suor, o muco, são exemplos de produtos de glândulas exócrinas. Os hormônios da tireóide, a insulina e os estrógenos são de secreção endócrina.
8 Adenoma: Tumor do epitélio glandular de características benignas.
9 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
10 Hiperplasia: Aumento do número de células de um tecido. Pode ser conseqüência de um estímulo hormonal fisiológico ou não, anomalias genéticas no tecido de origem, etc.
11 Inchaço: Inchação, edema.
12 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
13 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
14 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
15 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
16 Prurido: 1.    Na dermatologia, o prurido significa uma sensação incômoda na pele ou nas mucosas que leva a coçar, devido à liberação pelo organismo de substâncias químicas, como a histamina, que irritam algum nervo periférico. 2.    Comichão, coceira. 3.    No sentido figurado, prurido é um estado de hesitação ou dor na consciência; escrúpulo, preocupação, pudor. Também pode significar um forte desejo, impaciência, inquietação.
17 Constipação: Retardo ou dificuldade nas defecações, suficiente para causar desconforto significativo para a pessoa. Pode significar que as fezes são duras, difíceis de serem expelidas ou infreqüentes (evacuações inferiores a três vezes por semana), ou ainda a sensação de esvaziamento retal incompleto, após as defecações.
18 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
19 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
20 Úlcera duodenal: Lesão na mucosa do duodeno – parte inicial do intestino delgado.
21 Pancreatite: Inflamação do pâncreas. A pancreatite aguda pode ser produzida por cálculos biliares, alcoolismo, drogas, etc. Pode ser uma doença grave e fatal. Os primeiros sintomas consistem em dor abdominal, vômitos e distensão abdominal.
22 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
23 Atrofia: 1. Em biologia, é a falta de desenvolvimento de corpo, órgão, tecido ou membro. 2. Em patologia, é a diminuição de peso e volume de órgão, tecido ou membro por nutrição insuficiente das células ou imobilização. 3. No sentido figurado, é uma debilitação ou perda de alguma faculdade mental ou de um dos sentidos, por exemplo, da memória em idosos.
24 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
25 Eletrocardiograma: Registro da atividade elétrica produzida pelo coração através da captação e amplificação dos pequenos potenciais gerados por este durante o ciclo cardíaco.
26 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
27 Rins: Órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
28 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
29 Hiperreflexia: Definida como reflexos muito ativos ou responsivos em excesso. Suas causas mais comuns são lesão na medula espinal e casos de hipocalcemia.
30 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).
31 Osteoporose: Doença óssea caracterizada pela diminuição da formação de matriz óssea que predispõe a pessoa a sofrer fraturas com traumatismos mínimos ou mesmo na ausência deles. É influenciada por hormônios, sendo comum nas mulheres pós-menopausa. A terapia de reposição hormonal, que administra estrógenos a mulheres que não mais o produzem, tem como um dos seus objetivos minimizar esta doença.
32 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
33 Ossos longos: Exemplo: Fêmur
34 Crânio: O ESQUELETO da CABEÇA; compreende também os OSSOS FACIAIS e os que recobrem o CÉREBRO. Sinônimos: Calvaria; Calota Craniana
35 Arcada Dentária: A estrutura composta curva da dentição natural e as cristas residuais ou resquícios destas depois da perda de alguns ou de todos os dentes naturais. (Dicionário Médico Stedman. 27a. ed. Rio de Janeiro DF
36 Ultrassonografia: Ultrassonografia ou ecografia é um exame complementar que usa o eco produzido pelo som para observar em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas internas do organismo (órgãos internos). Os aparelhos de ultrassonografia utilizam uma frequência variada, indo de 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, os quais são interpretados através de computação gráfica.
37 Vitamina: Compostos presentes em pequenas quantidades nos diversos alimentos e nutrientes e que são indispensáveis para o desenvolvimento dos processos biológicos normais.
38 Pescoço:
39 Cintilografia: Procedimento que permite assinalar num tecido ou órgão interno a presença de um radiofármaco e acompanhar seu percurso graças à emissão de radiações gama que fazem aparecer na tela uma série de pontos brilhantes (cintilação); também chamada de cintigrafia ou gamagrafia.
40 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
41 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
42 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
43 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.

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Comentários

14/01/2014 - Comentário feito por RITA
Re: Hiperparatireoidismo: tipos, definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção
EU TIVE DERRAME FACIAL A 8 MESES E AINDA NÃO ESTOU BOA,FAÇO FISIOTERAPIA, TOMO MUITO REMEDIOS ,MAS MEUS OLHOS CONTINUA LACRIMEJANDO,TONTURAS ENORMES,MAS TUDO ISSO DEPOIS DA CIRURGIA DE LABIRINTECTOMIA,ESTOU EM DEPRESÃO HORRIVEL,JA NÃO SEI O QUE FAZER.VOU A SAO PAULO DUAS VEZER POR MES TENHO ACOMPANAHMENTO MAS ESTOU DEPRIMIDA,MINHA BOCA TORTA ,MEU OLHO PARADO ME DEIXA MUITO CHATEADA;QUE DEVO FAZER.

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