Dor no ombro
Anatomia do ombro
O ombro é uma das articulações1 mais complexas do corpo e a que têm maior mobilidade. Por isso, é também uma das que mais frequentemente causam problemas às pessoas.
Fazem parte da articulação do ombro2 a clavícula3, a omoplata4 ou escápula5 e o úmero6, a extremidade dos quais é coberta por cartilagens7 que amortecem o atrito e ampliam as possibilidades de movimento. Numa das extremidades, a clavícula3 se articula com o esterno8 e na outra com o acrômio9, que se liga também à escápula5. Assim, existem de fato duas articulações1 diferentes no ombro: a da clavícula3 com o acrômio9 e a do ombro propriamente dito com o úmero6 (osso do braço). Isso sem falar na falsa articulação10 da omoplata4, que gira no tórax11 (costas12) durante o movimento de elevação do braço.
Ademais, a articulação do ombro2 ainda compreende tendões13 musculares, que comandam os movimentos, e uma bursa (do latim: bursa = bolsa), que serve como “almofada” de amortecimento dos impactos sofridos por essa articulação10 e que secreta o líquido lubrificante dela.
Quais são as causas da dor no ombro?
A dor no ombro pode ser causada por alterações em qualquer uma de suas estruturas, devido a lesões14, traumatismos, deslocamentos, inflamações15, tendinites, etc. Ela geralmente piora com a atividade ou durante os movimentos do braço.
A bursite16, uma inflamação17 provocada na bursa por algum problema mecânico, é uma das causas mais frequentes e típicas de dor no ombro. É comum, também, a luxação18 do ombro, em que o braço é separado da cavidade na qual ele está normalmente inserido. Doenças e distúrbios que afetam o tórax11 ou abdome19 (como a doença cardíaca ou da vesícula biliar20, por exemplo) também podem causar dor (reflexa) no ombro.
As doenças que mais frequentemente causam dor no ombro são (1) tendinite21, (2) bursite16, (3) osteoartrite22, (4) distensões e deslocamentos, (5) capsulite adesiva23 (ombro congelado24), (6) problemas do manguito rotador25 e (7) compressão do manguito rotador25.
Saiba mais sobre "Bursite16", "Tendinite21" e "Osteoartrite22".
Quais são as principais características clínicas da dor no ombro?
Depois da dor na coluna, as dores no ombro talvez sejam a queixa mais frequente ouvida nos consultórios dos ortopedistas. Ela pode ocorrer indistintamente em crianças, adultos ou idosos, do sexo masculino ou feminino, esportistas ou sedentários. É mais comum em atletas que utilizam a articulação10 em excesso, como jogadores de tênis, nadadores e ginastas, por exemplo, e em idosos, devido ao desgaste natural da articulação10.
Muitas dessas dores limitam movimentos simples, como erguer e abaixar os braços, e costumam piorar quando a pessoa se deita. Em muitos casos, as dores no ombro são sintomas26 de lesões14 provocadas por movimentos repetitivos que machucam os tendões13 e por processos degenerativos27 que ocorrem depois dos 40-50 anos de idade. Quando a dor se origina de alguma outra estrutura fora do ombro, é chamada de dor referida e não impede nem piora a movimentação do ombro. Em casos de ruptura dos ligamentos28, pode ocorrer um posicionamento anormal das estruturas ósseas.
Uma situação especial é a que se refere à dor no braço esquerdo, pois ela pode estar associada a problemas cardíacos. No entanto, em muitas ocasiões, esse não é o caso e deve-se determinar quais outros sintomas26 estão associados à dor no braço esquerdo para melhor esclarecer a situação. Embora as pessoas com angina29 pectoris experimentem dor no peito30, que pode se irradiar para o ombro, existem várias outras razões de dor no ombro e braço esquerdos. O médico deve sempre ser consultado para esclarecer qual é o diagnóstico31 correto.
Como o médico trata a dor no ombro?
O tratamento da dor no ombro pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo da natureza do problema. A cirurgia feita por meio da artroscopia32 representa um avanço considerável, porque evita complicações inerentes ao ato cirúrgico aberto. Normalmente, se causada por uma inflamação17 temporária das estruturas do ombro, pode ser aliviada com a aplicação de gelo no local.
Leia também sobre "Infiltraçoes articulares".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.