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Hérnia de disco extrusa

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O que é hérnia de disco1 extrusa?

A coluna vertebral2 é formada por um empilhamento de vértebras, entre as quais existem discos constituídos por um anel fibroso externo e um núcleo gelatinoso interno - discos intervertebrais - os quais desempenham as funções essenciais de evitar o atrito entre uma vértebra e outra e de garantir a mobilidade que permite ao indivíduo correr, girar o tronco e a cabeça3, saltar, locomover-se, etc.

Em razão de vários fatores (traumas, infecções4, desgastes, tabagismo, obesidade5, má postura, envelhecimento, entre outros) esses discos podem formar protrusões (saliências) que comprimem as estruturas nervosas adjacentes, chamadas hérnias6 de discos. Fala-se em hérnia de disco1 extrusa quando o anel fibroso se rompe e libera o núcleo gelatinoso, o qual passa a exercer compressões na coluna.

Saiba mais sobre "Hérnia de disco1", "Obesidade5", "Parar de fumar" e "Envelhecimento saudável".

Quais são as causas da hérnia de disco1 extrusa?

A hérnia de disco1 extrusa é uma das consequências da ausência de tratamento adequado da hérnia de disco1 simples, em que o ligamento longitudinal posterior7 se rompe, ocorrendo a migração de parte do núcleo pulposo para o interior do canal vertebral8, fazendo com que ele fique em contato direto com a medula9.

Qual é o mecanismo fisiológico10 da hérnia de disco1 extrusa?

No caso da hérnia de disco1 extrusa o ligamento longitudinal posterior7 não consegue conter a pressão exercida pelo disco herniado e se rompe, ocorrendo a migração de parte do núcleo pulposo para o interior do canal vertebral8, fazendo com que essa porção da hérnia de disco1 fique em contato direto com a medula9, ocasionando compressão e consequente redução do espaço destinado a ela.

Em vista dos fatores citados (e de outros mais), a estrutura do disco pode sofrer um desgaste maior no anel fibroso que então evoluirá para as fases de abaulamento11, protrusão e rupturas das suas fibras. No caso, o rompimento total do anel fibroso causa maior instabilidade funcional e pode acarretar sério estreitamento do canal medular.

Quais são as principais características clínicas da hérnia de disco1 extrusa?

Em geral, os sintomas12 da hérnia de disco1 extrusa são mais severos que os da hérnia de disco1 simples. Normalmente, as dores tendem a afetar a região comprometida da coluna ou o membro (braço ou perna) relacionado aos nervos afetados. Formigamentos intensos e redução do tônus muscular13 também podem estar associados a essas partes corporais.

Como o médico diagnostica a hérnia de disco1 extrusa?

O diagnóstico14 pode ser feito a partir das características dos sintomas12 e do resultado do exame neurológico. Exames de imagens como radiografias, tomografia computadorizada15 e ressonância magnética16 ajudam a determinar o tamanho da lesão17 e sua localização.

Como o médico trata a hérnia de disco1 extrusa?

De preferência, o tratamento da hérnia de disco1 extrusa deve ser conservador. O primeiro passo deve ser cuidar de adotar uma postura correta no dia a dia, no que a Reeducação Postural Global contribui em muito. Ela trabalha sem o uso de medicamentos e não somente ajuda a tratar as dores, mas também a preveni-las.

Sessões de fisioterapia18 podem melhorar a dor e o condicionamento muscular. Os medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos19 apenas atuam sintomaticamente e fornecem alívio da dor apenas por curto prazo.

A cirurgia só deve ser feita em cerca de 5% dos casos, quando o tratamento não obtiver resultado, a dor for insuportável, houver comprometimento dos membros ou compressão da cauda equina20 (feixe de nervos que continuam a parte terminal da medula9).

Leia sobre "Reeducação postural global (RPG)" e "Fisioterapia18".

Com evolui a hérnia de disco1 extrusa?

A evolução da hérnia de disco1 extrusa pode ser dividida em quatro fases:

  1. Ela se inicia por um simples abaulamento11 discal e começa a apresentar fissuras21 em suas fibras, dando ao disco intervertebral22 uma forma arqueada.
  2. Em seguida ocorre uma protrusão discal, com abaulamento11 que pode atingir os nervos, o canal medular ou a própria medula9. Tem início, então, a degeneração23 discal.
  3. Numa terceira fase, ocorre a extrusão24 do disco intervertebral22. O núcleo pulposo migra de sua posição normal no centro do disco para a periferia, levando à compressão das raízes nervosas25 e caracterizando a hérnia de disco1.
  4. Por último, a parte que se encontrava extrusa pode se separar do disco, comprometendo ainda mais as estruturas nervosas. Essa etapa é mais rara, os sintomas12 são bem mais severos e dependendo da posição do fragmento26 liberado pode gerar efeitos graves, sendo necessário retirá-lo cirurgicamente.

Como prevenir a hérnia de disco1 extrusa?

As medidas para prevenir a hérnia de disco1 extrusa são as mesmas que para prevenir a hérnia de disco1 simples: evitar o fumo, praticar atividades físicas e alongamentos regulares, fortalecendo a musculatura de sustentação da coluna, adotar uma dieta saudável, não carregar pesos excessivos e manter uma postura adequada em todas as situações.

Veja também sobre "Benefícios do alongamento para o corpo" e "Alimentação saudável".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites do Australian Government – Department of Veterans’ AffairsMayo Clinic e da American Academy of Orthopaedic Surgeons – Orthoinfo.

ABCMED, 2017. Hérnia de disco extrusa. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1292293/hernia-de-disco-extrusa.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Hérnia de disco:
2 Coluna vertebral:
3 Cabeça:
4 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
5 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
6 Hérnias: É uma massa circunscrita formada por um órgão (ou parte de um órgão) que sai por um orifício, natural ou acidental, da cavidade que o contém. Por extensão de sentido, excrescência, saliência.
7 Ligamento longitudinal posterior:
8 Canal vertebral: Numa imagem de uma vértebra há um “buraco“ separando o corpo de sua extremidade. Esse buraco é o forame vertebral. O encaixe entre as vértebras da coluna é mais ou menos simétrico e isso forma um canal, que é conhecido como o canal vertebral. É por ele que passam a medula espinhal. O canal vertebral segue as diferentes curvas da coluna vertebral. É grande e triangular nas regiões onde a coluna possui maior mobilidade (cervical e lombar) e é pequeno e redondo na região que não possui muita mobilidade (torácica).
9 Medula: Tecido mole que preenche as cavidades dos ossos. A medula óssea apresenta-se de dois tipos, amarela e vermelha. A medula amarela é encontrada em cavidades grandes de ossos grandes e consiste em sua grande maioria de células adiposas e umas poucas células sangüíneas primitivas. A medula vermelha é um tecido hematopoiético e é o sítio de produção de eritrócitos e leucócitos granulares. A medula óssea é constituída de um rede, em forma de treliça, de tecido conjuntivo, contendo fibras ramificadas e preenchida por células medulares.
10 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
11 Abaulamento: 1. Ato, processo ou efeito de abaular. 2. Convexidade que se dá a diversas superfícies (ruas, estradas, coberturas etc.) para facilitar o escoamento de águas pluviais. 3. Em forma de curva, arqueada ou convexa.
12 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
13 Tônus muscular: Estado de tensão elástica (contração ligeira) que o músculo apresenta em repouso e que lhe permite iniciar a contração imediatamente depois de receber o impulso dos centros nervosos. Num estado de relaxamento completo (sem tônus), o músculo levaria mais tempo para iniciar a contração.
14 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
15 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
16 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
17 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
18 Fisioterapia: Especialidade paramédica que emprega agentes físicos (água doce ou salgada, sol, calor, eletricidade, etc.), massagens e exercícios no tratamento de doenças.
19 Analgésicos: Grupo de medicamentos usados para aliviar a dor. As drogas analgésicas incluem os antiinflamatórios não-esteróides (AINE), tais como os salicilatos, drogas narcóticas como a morfina e drogas sintéticas com propriedades narcóticas, como o tramadol.
20 Cauda equina: Parte inferior da MEDULA ESPINHAL formada pelas raízes nervosas lombares, sacrais e coccígeas.
21 Fissuras: 1. Pequena abertura longitudinal em; fenda, rachadura, sulco. 2. Em geologia, é qualquer fratura ou fenda pouco alargada em terreno, rocha ou mesmo mineral. 3. Na medicina, é qualquer ulceração alongada e superficial. Também pode significar uma fenda profunda, sulco ou abertura nos ossos; cesura, cissura. 4. Rachadura na pele calosa das mãos ou dos pés, geralmente de pessoas que executam trabalhos rudes. 5. Na odontologia, é uma falha no esmalte de um dente. 6. No uso informal, significa apego extremo; forte inclinação; loucura, paixão, fissuração.
22 Disco intervertebral: É um disco de cartilagem fibrosa presente entre os corpos das vértebras, nas articulações intervertebrais. São estruturas cartilaginosas que possuem o mesmo formato do corpo da vértebra. Ele é formado por um anel fibroso e um núcleo pulposo, o que garante a absorção de impactos e certa mobilidade entre as vértebras.
23 Degeneração: 1. Ato ou efeito de degenerar (-se). 2. Perda ou alteração (no ser vivo) das qualidades de sua espécie; abastardamento. 3. Mudança para um estado pior; decaimento, declínio. 4. No sentido figurado, é o estado de depravação. 5. Degenerescência.
24 Extrusão: 1. Saída forçada; expulsão. 2. Em tecnologia, é a passada forçada, através de um orifício, de uma porção de metal ou de plástico, para que adquira forma alongada ou filamentosa.
25 Raízes nervosas:
26 Fragmento: 1. Pedaço de coisa que se quebrou, cortou, rasgou etc. É parte de um todo; fração. 2. No sentido figurado, é o resto de uma obra literária ou artística cuja maior parte se perdeu ou foi destruída. Ou um trecho extraído de uma obra.
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