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Sinais e sintomas oftálmicos que precisam de avaliação médica

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Alguns sinais1 e sintomas2 oftalmológicos de urgência3

Existem algumas situações oftalmológicas graves que exigem avaliação imediata pelo oftalmologista4, já que trazem risco de dano permanente à visão5 ou ao globo ocular6. Dessas, as situações mais comuns são:

  1. A piora repentina da visão5, caracterizada pela perda da nitidez ou de parte do campo de visão5 que ocorre de maneira súbita. Ela é sempre um sinal7 preocupante, principalmente quando ocorre em apenas um dos olhos8.
  2. A dor ocular intensa é um problema que requer atenção e acompanhamento médico imediato, mas geralmente não representa ameaça grave à visão5.
  3. Em geral, o olho9 vermelho muito frequentemente é causado por problemas menores. Porém, vermelhidão acompanhada de dor, piora da visão5 e embranquecimento da parte colorida do olho9 pode significar problemas mais sérios, que exigem atenção médica.
  4. Os distúrbios da movimentação dos olhos8 e das pálpebras10, sobretudo se súbitos, podem representar gravidade e, por isso, é importante fazer uma avaliação oftalmológica tão rápido quanto possível, em conjunto com o clínico e com o neurologista11.
  5. Os traumas oculares podem ser de diversas naturezas, desde os provocados por objetos rombos ou contusos, como uma pancada, por exemplo, até outros, perfuro-cortantes, causadas por agulhas, armas brancas, vidros, etc. Em todos esses casos deve ser feita uma avaliação oftalmológica para detectar a extensão das lesões12 e a possível correção delas.
  6. A piora da visão5 em pacientes recém operados, principalmente na primeira semana, deve ser avaliada de imediato pelo oftalmologista4.
  7. As queimaduras oculares, pela entrada de produtos tóxicos no olho9, é um quadro que requer especial atenção e cuidados.
Leia sobre "Perda súbita da visão5", "Entupimento do canal lacrimal", "Hipertensão13 intraocular", "Moscas volantes" e "Miopia14".

Alguns sinais1 e sintomas2 oftalmológicos "menores"

Alguns sinais1 ou sintomas2 oftalmológicos representam incômodos oculares que não exigem uma atenção médica de urgência3 ou nem chegam a exigi-la de todo. Dentre eles, alguns são autorresolutivos ou a solução deles pertence ao saber popular. No entanto, em caso de dúvidas, o oftalmologista4 deve ser consultado, porque sinais1 ou sintomas2 aparentemente simples podem encobrir situações graves.

  1. Secreção ocular ou remela: a secreção nos olhos8, popularmente conhecida como remela, é o ressecamento do líquido que compõe a lágrima. Em geral, ela é formada durante o sono, quando as lágrimas se acumulam nos cantos dos olhos8 fechados. Algumas das causas mais comuns da remela são blefarite15 (inflamação16 das bordas das pálpebras10), olho9 seco (em alguns portadores de deficiência do filme lacrimal) e conjuntivite17.
  2. Sensação de cisco no olho9: a sensação de cisco no olho9 pode corresponder à efetiva presença de um cisco no olho9, mas geralmente é sinal7 de que as camadas mais superficiais do olho9, a conjuntiva18 e córnea19, estão irritadas, arranhadas ou ressecadas. Outra causa possível é a alergia20.
  3. Olhos8 vermelhos: a vermelhidão ocular se refere à aparência vermelha da parte branca do olho9. Isso ocorre devido à dilatação dos vasos sanguíneos21 na superfície do olho9, trazendo sangue22 em excesso para o olho9. As causas vão desde uma noite mal dormida ou esfregar demasiado os olhos8, até uma infecção23, alergia20, inflamação16 ou pressão elevada dentro ou sobre o olho9. Quando não há uma doença subjacente definida, a melhor maneira de tratar o problema é aplicar compressas de água gelada sobre os olhos8 fechados.
  4. Embaçamento visual: o embaçamento visual ou visão5 turva com início gradual se refere à diminuição da nitidez visual e corresponde à diminuição da acuidade visual24. O embaçamento visual deve-se à opacificação das estruturas oculares normalmente transparentes, doenças que afetam a retina25, doenças que afetam o nervo óptico ou suas conexões ou erros de refração. A vista embaçada pode ser uma questão de miopia14 ou hipermetropia26 ou ter relação com deslocamento de retina25, olho9 seco, diabetes27, catarata28, glaucoma29, inflamação16 do olho9 ou crise hipertensiva.
  5. Epicanto: o epicanto é uma prega congênita30 de pele31 da pálpebra superior, que vai do nariz32 até a parte interna da sobrancelha, cobrindo o canto interno do olho9. Em geral ela aparece em ambos os olhos8 e é comum em pessoas com ascendência asiática. Ela é uma marca quase inevitável da síndrome de Down33.
  6. Lagoftalmo: o lagoftalmo é a incapacidade de fechar os olhos8, ocasionada por algo que esteja afetando o músculo orbicular, levando à impossibilidade de oclusão da fenda palpebral. O lagoftalmo pode ter origem neural ou cicatricial, sendo muito mais comum no primeiro caso do que no segundo. O lagoftalmo de origem neural é causado por paresias ou paralisias do sétimo par de nervo craniano (nervo facial34), normalmente responsável pela paralisia35 facial. No lagoftalmo cicatricial, são os processos restritivos que impedem a descida da pálpebra superior.
  7. Catarata28: a catarata28 é uma opacidade progressiva parcial ou total do cristalino36. O cristalino36 é uma lente biconvexa natural do olho9, localizado atrás da pupila, que colabora na convergência dos raios luminosos para formação da imagem na retina25. Portanto, qualquer alteração na sua constituição afeta a nitidez da visão5.
Veja mais sobre "Catarata28", "Glaucoma29", "Conjuntivite17", "Blefarite15" e "Uveíte37".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites do CREMEPE- Conselho Regional de Medicina de Pernambuco e do UNA-SUS - Brasil.

ABCMED, 2020. Sinais e sintomas oftálmicos que precisam de avaliação médica. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-dos-olhos/1376968/sinais-e-sintomas-oftalmicos-que-precisam-de-avaliacao-medica.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
2 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
3 Urgência: 1. Necessidade que requer solução imediata; pressa. 2. Situação crítica ou muito grave que tem prioridade sobre outras; emergência.
4 Oftalmologista: Médico especializado em diagnosticar e tratar as doenças que acometem os olhos. Podem prescrever óculos de grau e lentes de contato.
5 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
6 Globo ocular: O globo ocular recebe este nome por ter a forma de um globo, que por sua vez fica acondicionado dentro de uma cavidade óssea e protegido pelas pálpebras. Ele possui em seu exterior seis músculos, que são responsáveis pelos movimentos oculares, e por três camadas concêntricas aderidas entre si com a função de visão, nutrição e proteção. A camada externa (protetora) é constituída pela córnea e a esclera. A camada média (vascular) é formada pela íris, a coroide e o corpo ciliar. A camada interna (nervosa) é constituída pela retina.
7 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
8 Olhos:
9 Olho: s. m. (fr. oeil; ing. eye). Órgão da visão, constituído pelo globo ocular (V. este termo) e pelos diversos meios que este encerra. Está situado na órbita e ligado ao cérebro pelo nervo óptico. V. ocular, oftalm-. Sinônimos: Olhos
10 Pálpebras:
11 Neurologista: Médico especializado em problemas do sistema nervoso.
12 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
13 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
14 Miopia: Incapacidade para ver de forma clara objetos que se encontram distantes do olho.Origina-se de uma alteração dos meios de refração do olho, alteração esta que pode ser corrigida com o uso de lentes especiais, e mais recentemente com o uso de cirurgia a laser.
15 Blefarite: Inflamação do bordo externo das pálpebras ou pestanas. Também conhecida como palpebrite, sapiranga, sapiroca ou tarsite.
16 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
17 Conjuntivite: Inflamação da conjuntiva ocular. Pode ser produzida por alergias, infecções virais, bacterianas, etc. Produz vermelhidão ocular, aumento da secreção e ardor.
18 Conjuntiva: Membrana mucosa que reveste a superfície posterior das pálpebras e a superfície pericorneal anterior do globo ocular.
19 Córnea: Membrana fibrosa e transparente presa à esclera, constituindo a parte anterior do olho.
20 Alergia: Reação inflamatória anormal, perante substâncias (alérgenos) que habitualmente não deveriam produzi-la. Entre estas substâncias encontram-se poeiras ambientais, medicamentos, alimentos etc.
21 Vasos Sanguíneos: Qualquer vaso tubular que transporta o sangue (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias).
22 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
23 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
24 Acuidade visual: Grau de aptidão do olho para discriminar os detalhes espaciais, ou seja, a capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos.
25 Retina: Parte do olho responsável pela formação de imagens. É como uma tela onde se projetam as imagens: retém as imagens e as traduz para o cérebro através de impulsos elétricos enviados pelo nervo óptico. Possui duas partes: a retina periférica e a mácula.
26 Hipermetropia: Transtorno ocular em que existe uma dificuldade para ver objetos de perto. Origina-se de uma alteração dos meios de refração do olho, alteração esta que pode ser corrigida com o uso de lentes especiais e, mais recentemente, com o uso de cirurgia a laser.
27 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
28 Catarata: Opacificação das lentes dos olhos (opacificação do cristalino).
29 Glaucoma: É quando há aumento da pressão intra-ocular e danos ao nervo óptico decorrentes desse aumento de pressão. Esses danos se expressam no exame de fundo de olho e por alterações no campo de visão.
30 Congênita: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
31 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
32 Nariz: Estrutura especializada que funciona como um órgão do sentido do olfato e que também pertence ao sistema respiratório; o termo inclui tanto o nariz externo como a cavidade nasal.
33 Síndrome de Down: Distúrbio genético causado pela presença de um cromossomo 21 a mais, por isso é também conhecida como “trissomia do 21”. Os portadores desta condição podem apresentar retardo mental, alterações físicas como prega palmar transversa (uma única prega na palma da mão, em vez de duas), pregas nas pálpebras, membros pequenos, tônus muscular pobre e língua protrusa.
34 Nervo facial:
35 Paralisia: Perda total da força muscular que produz incapacidade para realizar movimentos nos setores afetados. Pode ser produzida por doença neurológica, muscular, tóxica, metabólica ou ser uma combinação das mesmas.
36 Cristalino: 1. Lente gelatinosa, elástica e convergente que focaliza a luz que entra no olho, formando imagens na retina. A distância focal do cristalino é modificada pelo movimento dos músculos ciliares, permitindo ajustar a visão para objetos próximos ou distantes. Isso se chama de acomodação do olho à distância do objeto. 2. Diz-se do grupo de cristais cujos eixos cristalográficos são iguais nas suas relações angulares gerais constantes 3. Diz-se de rocha constituída quase que totalmente por cristais ou fragmentos de cristais 4. Diz-se do que permite que passem os raios de luz e em consequência que se veja através dele; transparente. 5. Límpido, claro como o cristal.
37 Uveíte: Uveíte é uma inflamação intraocular que compromete total ou parcialmente a íris, o corpo ciliar e a coroide (o conjunto dos três forma a úvea), com envolvimento frequente do vítreo, retina e vasos sanguíneos.
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