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Craniotomia: o que é? Quando deve ser realizada?

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O que é craniotomia1?

A craniotomia1 é um procedimento cirúrgico em que um retalho ósseo do crânio2 é temporariamente removido para dar acesso ao cérebro3 abaixo dele. O retalho ósseo retirado é geralmente substituído ou reposto após o procedimento com pequenas placas4 metálicas (de titânio, em geral) presas por parafusos. A craniotomia1 pode ser de pequeno ou grande tamanho, dependendo do problema subjacente a ser tratado.

Muitas vezes as craniotomias são nomeadas conforme o osso que está sendo removido: craniotomia1 frontotemporal, parietal, temporal e suboccipital. As craniotomias da base do crânio5 são cirurgias complexas e de grande porte porque envolvem a remoção de uma porção do crânio2 que suporta a parte inferior do cérebro3, de onde emergem os nervos cranianos e delicadas artérias6 e veias7.

Por que fazer craniotomia1?

A craniotomia1 muitas vezes precisa ser realizada para possibilitar a cirurgia para várias doenças neurológicas, lesões8 ou condições, tais como tumores, aneurismas, hematomas9 cerebrais e fraturas no crânio2. Outras razões pelas quais uma craniotomia1 deve ser feita são a retirada de objetos estranhos no interior do cérebro3, como balas, por exemplo, inchaço10 ou infecção11 do cérebro3. Muitas vezes ela é realizada com o objetivo de descomprimir o cérebro3, submetido a uma pressão elevada, condição que costuma ser denominada craniectomia.

Como é feita a craniotomia1?

Antes da cirurgia, o médico deve ter pedido vários exames, como, por exemplo, exames de sangue12, eletrocardiograma13, radiografia de tórax14, tomografia computadorizada15, ressonância magnética16, etc, para avaliar não só o objeto da cirurgia, mas também o estado geral do paciente. O paciente deve informar ao médico sobre seu histórico de saúde17 (alergias, medicamentos em uso, reações de anestesia18, cirurgias anteriores, etc.) e descontinuar todas as medicações anti-inflamatórias e anticoagulantes19, pelo menos uma semana antes da cirurgia. Além disso, deve parar de fumar, mascar tabaco e ingerir bebidas alcoólicas uma semana antes e duas semanas após a cirurgia. O paciente deve estar em jejum a pelo menos 12 horas.

Sua cabeça20 é então fixada imóvel e uma incisão21 é feita na pele22, atrás da linha do cabelo23, de modo a expor a tábua óssea a ser abordada. A aba de osso retirada é removida para expor o revestimento protetor do cérebro3, a dura-máter24, a qual, uma vez aberta, dá acesso direto ao cérebro3. Depois de tratado o problema em causa, a dura-máter24 é fechada com suturas25 e a aba de osso é recomposta com placas4 e parafusos de titânio.

Em alguns casos, um dreno pode ser colocado sob a pele22 por dois dias, para remover o sangue12 ou fluido a partir da área cirúrgica. Os músculos26 e pele22 antes seccionados são reajuntados e suturados. Após a cirurgia, o paciente pode sentir náuseas27 e dor de cabeça20 e dependendo do tipo de cirurgia, pode ter sintomas28 de edema29 e necessitar medicamentos para prevenir convulsões.

Durante alguns dias, a serem definidos pelo médico, não dirija, não pegue peso, evite tarefas domésticas e não use bebidas alcoólicas. Mais tarde, o paciente deve retomar essas atividades gradualmente. A cirurgia é feita com anestesia18 geral, dura de 3 a 5 horas e deve ser realizada por um neurocirurgião, que em geral trabalha com uma equipe de cirurgiões de cabeça20 e pescoço30, cirurgiões otológicos e oftalmológicos e cirurgiões plásticos. Dependendo da razão pela qual a craniotomia1 é feita, o paciente deve ficar hospitalizado por um tempo que varia entre alguns dias a algumas semanas.

Quais são as complicações possíveis da craniotomia1?

A craniotomia1, como toda cirurgia, não é isenta de riscos e possíveis complicações. Os riscos gerais incluem hemorragia31, infecção11, coágulos sanguíneos e reações à anestesia18. As complicações específicas se devem ao tipo de neurocirurgia que é processada e pode ocorrer acidente vascular32 encefálico, convulsões, inchaço10 do cérebro3, danos a nervos (o que pode causar paralisia33 muscular ou fraqueza), perda de funções mentais e dano cerebral permanente.

 

ABCMED, 2016. Craniotomia: o que é? Quando deve ser realizada?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimentos/1264834/craniotomia-o-que-e-quando-deve-ser-realizada.htm>. Acesso em: 20 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Craniotomia: Abertura cirúrgica do crânio realizada com o objetivo de se chegar ao encéfalo.
2 Crânio: O ESQUELETO da CABEÇA; compreende também os OSSOS FACIAIS e os que recobrem o CÉREBRO. Sinônimos: Calvaria; Calota Craniana
3 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
4 Placas: 1. Lesões achatadas, semelhantes à pápula, mas com diâmetro superior a um centímetro. 2. Folha de material resistente (metal, vidro, plástico etc.), mais ou menos espessa. 3. Objeto com formato de tabuleta, geralmente de bronze, mármore ou granito, com inscrição comemorativa ou indicativa. 4. Chapa que serve de suporte a um aparelho de iluminação que se fixa em uma superfície vertical ou sobre uma peça de mobiliário, etc. 5. Placa de metal que, colocada na dianteira e na traseira de um veículo automotor, registra o número de licenciamento do veículo. 6. Chapa que, emitida pela administração pública, representa sinal oficial de concessão de certas licenças e autorizações. 7. Lâmina metálica, polida, usualmente como forma em processos de gravura. 8. Área ou zona que difere do resto de uma superfície, ordinariamente pela cor. 9. Mancha mais ou menos espessa na pele, como resultado de doença, escoriação, etc. 10. Em anatomia geral, estrutura ou órgão chato e em forma de placa, como uma escama ou lamela. 11. Em informática, suporte plano, retangular, de fibra de vidro, em que se gravam chips e outros componentes eletrônicos do computador. 12. Em odontologia, camada aderente de bactérias que se forma nos dentes.
5 Base do Crânio: Região inferior do crânio consistindo de uma superfície interna (cerebral) e uma superfície externa (basal).
6 Artérias: Os vasos que transportam sangue para fora do coração.
7 Veias: Vasos sangüíneos que levam o sangue ao coração.
8 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
9 Hematomas: Acúmulo de sangue em um órgão ou tecido após uma hemorragia.
10 Inchaço: Inchação, edema.
11 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
12 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
13 Eletrocardiograma: Registro da atividade elétrica produzida pelo coração através da captação e amplificação dos pequenos potenciais gerados por este durante o ciclo cardíaco.
14 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
15 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
16 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
17 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
18 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
19 Anticoagulantes: Substâncias ou medicamentos que evitam a coagulação, especialmente do sangue.
20 Cabeça:
21 Incisão: 1. Corte ou golpe com instrumento cortante; talho. 2. Em cirurgia, intervenção cirúrgica em um tecido efetuada com instrumento cortante (bisturi ou bisturi elétrico); incisura.
22 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
23 Cabelo: Estrutura filamentosa formada por uma haste que se projeta para a superfície da PELE a partir de uma raiz (mais macia que a haste) e se aloja na cavidade de um FOLÍCULO PILOSO. É encontrado em muitas áreas do corpo.
24 Dura-Máter: A mais externa das três MENINGES, uma membrana fibrosa de tecido conjuntivo que cobre o encéfalo e cordão espinhal.
25 Suturas: 1. Ato ou efeito de suturar. 2. Costura que une ou junta partes de um objeto. 3. Na anatomia geral, é um tipo de articulação fibrosa, em que os ossos são mantidos juntos por várias camadas de tecido conjuntivo denso; comissura (ocorre apenas entre os ossos do crânio). 4. Na anatomia botânica, é uma linha de espessura variável que se forma na região de fusão dos bordos de um carpelo (ou de dois ou mais carpelos concrescentes). 5. Em cirurgia, ato ou efeito de unir os bordos de um corte, uma ferida, uma incisão, com agulha e linha especial, para promover a cicatrização. 6. Na morfologia zoológica, nos insetos, qualquer sulco externo semelhante a uma linha.
26 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
27 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
28 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
29 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
30 Pescoço:
31 Hemorragia: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
32 Vascular: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
33 Paralisia: Perda total da força muscular que produz incapacidade para realizar movimentos nos setores afetados. Pode ser produzida por doença neurológica, muscular, tóxica, metabólica ou ser uma combinação das mesmas.
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