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Acidentes: o que são? Quais atitudes devemos tomar? Quais são as complicações mais frequentes?

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O que são acidentes?

Acidentes são desastres que ocorrem inesperadamente, com repercussões graves sobre a saúde1 ou integridade das pessoas e podem ter as mais diversas naturezas e gravidades, indo desde queimar um dedo com um palito de fósforo até um soterramento por deslizamento de terra. Assim, as providências de socorro variam ao infinito e as primeiras atitudes de ajuda às vítimas de acidente geralmente são adotadas por pessoas leigas. A omissão de socorro e a falta de atendimento de primeiros socorros eficiente são os principais motivos de mortes e danos irreversíveis às vítimas de alguns acidentes, como os de trânsito, por exemplo.

Quais são as atitudes mais adequadas para atender as vítimas de acidentes?

  • Analise rapidamente a situação e procure prevenir perigos ainda existentes, se for o caso, evitando agravamento do acidente ou o surgimento de novas vítimas. Afaste a(s) vítima(s) das situações onde ela(s) ainda esteja(m) correndo algum perigo. Procure afastar os curiosos que se aglomeram e que podem atrapalhar a assistência às vítimas. Procure verificar a respiração e a pulsação da vítima e, se necessário, pratique a respiração boca2-a-boca2 e/ou a reanimação cardíaca e procure controlar eventuais hemorragias3.
  • Respiração boca2-a-boca2: deite a vítima sobre uma superfície rígida, com a cabeça4 ligeiramente voltada para trás, de forma que o pescoço5 fique esticado; abaixe a língua6 dela e certifique-se de que as vias respiratórias estejam desobstruídas; feche completamente o nariz7 da vítima, pressionando-o com o polegar e o indicador, em forma de pinça; encha seus pulmões8 de ar, fazendo uma vigorosa inspiração9, aplique firmemente seus lábios sobre a boca2 da vítima e sopre o ar que você inalou para dentro da boca2 dela. Repita isso com uma frequência de quinze vezes por minuto até que a vítima volte a respirar ou que chegue o socorro.
  • Reanimação cardíaca: coloque a vítima sobre uma superfície rígida, com as pernas levantadas (sobre uma cadeira, por exemplo); coloque uma das mãos10 sobre o peito11 dela, mais ou menos sobre o coração12; coloque a outra mão13 sobre a primeira, entrelaçando os dedos; alternativamente, pressione com força e alivie a pressão, repetindo esse ato cerca de oitenta vezes por minuto, até que o coração12 volte a bater ou até que chegue o socorro. Caso a vítima também não esteja respirando, alterne quinze compressões com duas respirações boca2-a-boca2.
  • Hemorragias3: deite a pessoa em posição horizontal; aplique sobre a lesão14 que esteja sangrando uma compressa, pressionando firmemente com uma ou ambas as mãos10; em seguida, faça um curativo compressivo sobre a região afetada; procure manter o ponto afetado numa altura acima do coração12, a fim de diminuir a força do sangramento. Se houver um objeto encravado no local, provocando a hemorragia15, faça pressão em torno dele ou amarre algo ao redor, de forma a minimizar o fluxo de sangue16, mas nunca o retire, porque isso pode provocar mais hemorragia15. Nas hemorragias3 muito intensas das pernas ou braços que não possam ser contidas por outros meios, deve-se fazer um torniquete (garroteamento) em posição proximal17 em relação à hemorragia15, procurando diminuir ao máximo o fluxo de sangue16. Essa providência, no entanto, só deve ser utilizada em última instância. Não dê à vítima nada para comer ou beber (nem mesmo água) porque ela pode precisar de uma anestesia18 geral, que requer jejum absoluto.
  • Procure não mover a vítima, mas se tiver de fazê-lo sustente-lhe a cabeça4 para que ela não penda para trás ou para os lados. Se possível, deite-a sobre um cobertor ou equivalente e arraste-o com cuidado, evitando tracionar o corpo da vítima. Nunca deixe a vítima sozinha, porque ela pode estar confusa e colocar-se em novo risco. Além disso, a qualquer momento ela pode ter uma complicação séria que requeira a sua intervenção ou pode fazer um esforço inconveniente ao seu estado, como levantar-se, por exemplo. Em casos de acidentes de trânsito, algumas medidas adicionais devem ser adotadas: desligue o veículo, se ele estiver ligado; cuidado com fogo; sobretudo no escuro, nunca acenda um fósforo antes de certificar-se de que não há derramamento de gasolina; saia da pista; sinalize a estrada com triângulos de segurança, pisca-alerta, galhos de árvore, etc., colocados à distância do veículo; tenha cuidado com ácidos de baterias e cacos de vidro, que podem produzir queimaduras ou novos ferimentos. Se for necessário retirar a vítima do veículo, libere o cinto de segurança, segure-a por trás e ampare sua cabeça4 para que ela não faça movimentos de grandes amplitudes. Se possível, não mova os feridos ou, se tiver de movê-los, faça-o cuidadosamente, conforme recomendado acima. Procure proteger as vítimas das intempéries (frio, chuva, sol, ventanias, etc.).

Quais são as complicações possíveis dos acidentes?

As complicações e sequelas19 deixadas pelos acidentes são muito variadas e dependem da natureza dos eventos. Uma das mais notáveis e comuns é a secção da medula espinhal20, que leva à paralisia21 e pode, muitas vezes, ser consequência da mobilização da vítima na tentativa de socorro. Em geral, ela ocorre nos acidentes por armas de fogo ou naqueles outros em que há fratura22 vertebral, como os acidentes automobilísticos, por exemplo.

ABCMED, 2014. Acidentes: o que são? Quais atitudes devemos tomar? Quais são as complicações mais frequentes?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/565712/acidentes-o-que-sao-quais-atitudes-devemos-tomar-quais-sao-as-complicacoes-mais-frequentes.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
2 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
3 Hemorragias: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
4 Cabeça:
5 Pescoço:
6 Língua:
7 Nariz: Estrutura especializada que funciona como um órgão do sentido do olfato e que também pertence ao sistema respiratório; o termo inclui tanto o nariz externo como a cavidade nasal.
8 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
9 Inspiração: 1. Ato ou efeito de inspirar(-se). 2. Entrada de ar nos pulmões através das vias respiratórias. 3. Conselho, sugestão, influência. 4. No sentido figurado, significa criatividade, entusiasmo. Pessoa ou coisa que inspira, estimula a capacidade criativa. 5. Ideia súbita e espontânea, geralmente brilhante e/ou oportuna.
10 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
11 Peito: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original
12 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
13 Mão: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
14 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
15 Hemorragia: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
16 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
17 Proximal: 1. Que se localiza próximo do centro, do ponto de origem ou do ponto de união. 2. Em anatomia geral, significa o mais próximo do tronco (no caso dos membros) ou do ponto de origem (no caso de vasos e nervos). Ou também o que fica voltado para a cabeça (diz-se de qualquer formação). 3. Em botânica, o que fica próximo ao ponto de origem ou à base. 4. Em odontologia, é o mais próximo do ponto médio do arco dental.
18 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
19 Sequelas: 1. Na medicina, é a anomalia consequente a uma moléstia, da qual deriva direta ou indiretamente. 2. Ato ou efeito de seguir. 3. Grupo de pessoas que seguem o interesse de alguém; bando. 4. Efeito de uma causa; consequência, resultado. 5. Ato ou efeito de dar seguimento a algo que foi iniciado; sequência, continuação. 6. Sequência ou cadeia de fatos, coisas, objetos; série, sucessão. 7. Possibilidade de acompanhar a coisa onerada nas mãos de qualquer detentor e exercer sobre ela as prerrogativas de seu direito.
20 Medula Espinhal:
21 Paralisia: Perda total da força muscular que produz incapacidade para realizar movimentos nos setores afetados. Pode ser produzida por doença neurológica, muscular, tóxica, metabólica ou ser uma combinação das mesmas.
22 Fratura: Solução de continuidade de um osso. Em geral é produzida por um traumatismo, mesmo que possa ser produzida na ausência do mesmo (fratura patológica). Produz como sintomas dor, mobilidade anormal e ruídos (crepitação) na região afetada.

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