Atalho: 6Y39QNR
Gostou do artigo? Compartilhe!

Abscesso: o que é? Quais são as causas e os sintomas? Como é o tratamento? Como ele pode evoluir?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é abscesso1?

Um abscesso1 é uma coleção de pus2 que pode se formar em qualquer órgão do corpo, interna ou externamente, acumulando bactérias e leucócitos3 vivos ou mortos, tecido4 necrosado (“morto”) e outras substâncias estranhas. Ele tanto pode ser superficial e drenar-se espontaneamente através da pele5 ou afetar órgãos ou tecidos internos causando dificuldade para ser drenado ou complicações sérias quando drenado espontaneamente. Muito raramente os abscessos6 são reabsorvidos, em geral precisam ser drenados ou abrem-se ao exterior, num processo chamado fistulização (formação de uma fístula7).

Quais são as causas dos abscessos6?

O abscesso1 pode ser causado por vários micro-organismos, como bactérias piogênicas, fungos, parasitas e outros agentes biológicos ou certas substâncias químicas. Mais frequentemente, os abscessos6 são causados por estreptococos. Geralmente ocorre quando um tecido4 orgânico é infectado e o sistema imunológico8 do corpo reage contra a infecção9. Num certo sentido, o abscesso1 testemunha uma luta entre os agentes invasores e os de defesa e é o resultado dessa batalha. Durante esse processo, forma-se o pus2. Um caso especial é o dos abscessos6 causados pela infestação10 por amebas, uma importante e frequente causa de abscessos6 no fígado11.

Quais são os principais sinais12 e sintomas13 dos abscessos6?

Os principais sinais12 e sintomas13 de um abscesso1 dependem do órgão que ele afeta, da sua intensidade e extensão e das repercussões e complicações que acarreta. No entanto, classicamente temos as manifestações gerais de todo processo inflamatório infeccioso: hiperemia14 (vermelhidão), dor, edema15, calor, rubor e tumefação16 local. Esses sintomas13 tendem a piorar à medida que o abscesso1 progride e aumenta a pressão sobre as estruturas adjacentes (sobretudo terminações nervosas) e se aliviam agudamente se o abscesso1 é drenado. Nos abscessos6 mais "maduros" temos flutuação à palpação17 e a pele5 sobre eles torna-se mais fina. Como processos inflamatórios, os abscessos6 podem causar febre18, calafrios19, suores e mal-estar. Uma exceção a isso são os abscessos6 tuberculosos, chamados de “abscessos frios”.

Como o médico diagnostica o abscesso1?

O diagnóstico20 de abscesso1 depende de uma detida história clínica e da observação visual do mesmo, quando possível. Os abscessos6 externos podem ser facilmente observados através da pele5, mas os internos podem ser de difícil diagnóstico20. Os exames de imagem podem dar uma ajuda indireta.

Como o médico trata o abscesso1?

Os abscessos6, sobretudo quando grandes, precisam ser drenados cirurgicamente porque os antibióticos normalmente não chegam ao seu centro necrótico, em virtude dele estar encapsulado, não ser vascularizado e ter condições químicas adversas aos antibióticos. Depois de drenados os abscessos6, os antibióticos devem ser administrados para eliminar as bactérias restantes e impedir a expansão da infecção9 ou a recidiva21 do abscesso1. Os abscessos6 muito volumosos, depois de esvaziados, deixam no local uma grande cavidade, a qual será preenchida por uma cicatrização por segunda intenção e podem demandar a colocação temporária de um dreno no local, procedimento que deve ser realizado por um médico.

Os abscessos6 de pequeno tamanho podem ser absorvidos ou drenarem para o exterior do organismo (“vir a furo”), mediante a aplicação, várias vezes por dia, de compressas quentes.

Como evoluem os abscessos6?

Alguns abscessos6 podem ter resolução espontânea, seja sendo reabsorvidos (sobretudo se pequenos), formando fístulas22 (comunicação) para o meio externo a eles ou formando um cisto.

Os abscessos6 que fazem fístulas22 para cavidades naturais do corpo podem dar origem a um empiema23 (coleção de pus2 dentro de uma cavidade natural do corpo) ou complicar-se causando uma septicemia24.

Todo abscesso1 deve ser avaliado por um médico. Ele nunca deve ser manipulado com objetos contaminados, como agulhas, lâminas, etc.

ABCMED, 2013. Abscesso: o que é? Quais são as causas e os sintomas? Como é o tratamento? Como ele pode evoluir?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/349789/abscesso-o-que-e-quais-sao-as-causas-e-os-sintomas-como-e-o-tratamento-como-ele-pode-evoluir.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Abscesso: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
2 Pus: Secreção amarelada, freqüentemente mal cheirosa, produzida como conseqüência de uma infecção bacteriana e formada por leucócitos em processo de degeneração, plasma, bactérias, proteínas, etc.
3 Leucócitos: Células sangüíneas brancas. Compreendem tanto os leucócitos granulócitos (BASÓFILOS, EOSINÓFILOS e NEUTRÓFILOS) como os não granulócitos (LINFÓCITOS e MONÓCITOS). Sinônimos: Células Brancas do Sangue; Corpúsculos Sanguíneos Brancos; Corpúsculos Brancos Sanguíneos; Corpúsculos Brancos do Sangue; Células Sanguíneas Brancas
4 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
5 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
6 Abscessos: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
7 Fístula: Comunicação anormal entre dois órgãos ou duas seções de um mesmo órgão entre si ou com a superfície. Possui um conduto de paredes próprias.
8 Sistema imunológico: Sistema de defesa do organismo contra infecções e outros ataques de micro-organismos que enfraquecem o nosso corpo.
9 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
10 Infestação: Infecção produzida por parasitas. Exemplos de infestações são sarna (escabiose), pediculose (piolhos), infecção por parasitas intestinais, etc.
11 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
12 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
13 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
14 Hiperemia: Congestão sanguínea em qualquer órgão ou parte do corpo.
15 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
16 Tumefação: Ato ou efeito de tumefazer-se. Em patologia, significa aumento de volume em algum tecido do corpo; tumor, intumescência, inchação.
17 Palpação: Ato ou efeito de palpar. Toque, sensação ou percepção pelo tato. Em medicina, é o exame feito com os dedos ou com a mão inteira para explorar clinicamente os órgãos e determinar certas características, como temperatura, resistência, tamanho etc.
18 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
19 Calafrios: 1. Conjunto de pequenas contrações da pele e dos músculos cutâneos ao longo do corpo, muitas vezes com tremores fortes e palidez, que acompanham uma sensação de frio provocada por baixa temperatura, má condição orgânica ou ainda por medo, horror, nojo, etc. 2. Sensação de frio e tremores fortes, às vezes com bater de dentes, que precedem ou acompanham acessos de febre.
20 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
21 Recidiva: 1. Em medicina, é o reaparecimento de uma doença ou de um sintoma, após período de cura mais ou menos longo; recorrência. 2. Em direito penal, significa recaída na mesma falta, no mesmo crime; reincidência.
22 Fístulas: Comunicação anormal entre dois órgãos ou duas seções de um mesmo órgão entre si ou com a superfície. Possui um conduto de paredes próprias.
23 Empiema: Coleção de pus na cavidade pleural.
24 Septicemia: Septicemia ou sepse é uma infecção generalizada grave que ocorre devido à presença de micro-organismos patogênicos e suas toxinas na corrente sanguínea. Geralmente ela ocorre a partir de outra infecção já existente.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.

Comentários

17/11/2013 - Comentário feito por willian
Re: Abscesso: o que é? Quais são as causas e os sintomas? Como é o tratamento? Como ele pode evoluir?
Olá Sra. Qual a diferença entre abscessos e hidradenite?

  • Entrar
  • Receber conteúdos