Doping - o que é? Por que é usado nos esportes de competição? Quais são as substâncias mais usadas?
O que é o doping no esporte?
O doping, na maior parte das vezes, vale-se de substâncias estimulantes da força, agilidade ou coordenação. O uso de substâncias estimulantes ou entorpecentes para uso tanto na vida diária, nos rituais religiosos e nas competições se confunde com a história da humanidade. Mas estritamente falando, chama-se “doping” ao uso de drogas para melhorar artificialmente o desempenho do atleta em esportes competitivos.
O uso dessas drogas é considerado antiético e proibido pela maioria das organizações desportivas internacionais, incluindo o Comitê Olímpico Internacional (COI). Entretanto, só na década de 1920 o doping nos esportes passou a ser uma preocupação dessas entidades. Os primeiros atletas a serem punidos por doping o foram pela Associação Internacional de Federações de Atletismo, em 1928, mas só 1968 o exame antidoping passou a ser obrigatório nos Jogos Olímpicos.
Quanto à origem do termo doping há várias teorias. Pode ser que ele seja derivado de “dop”, bebida alcoólica estimulante usada no século XVIII, na África do Sul, ou que venha da palavra “doop”, da gíria americana que descreve ladrões dopados por substâncias que causam sedação1, alucinações2 e confusão. Em 1889, a palavra "dope" foi usada para uma preparação de ópio para fumar e durante a década seguinte foi estendida a qualquer entorpecente e posteriormente definida como preparação destinada a influenciar o desempenho dos cavalos de corrida.
Por que não o doping no esporte?
As razões para a proibição do uso de certas substâncias pelos atletas são várias: elas fraudam a igualdade de oportunidades para os atletas e maculam o efeito exemplar do desporto para o público, além de representarem riscos à saúde3 dos atletas. Os efeitos colaterais4 de algumas delas (os esteroides anabolizantes, por exemplo) incluem alterações desfavoráveis nos níveis de colesterol5 e podem causar acne6, aumento da pressão arterial7 e dano hepático. Em 1966, os órgãos que regulam o ciclismo e os responsáveis pelo futebol foram os primeiros a introduzir testes de doping em seus respectivos campeonatos mundiais.
Quais são as principais substâncias e métodos usados como doping no esporte?
Algumas substâncias e métodos considerados dopantes são também usados com finalidades médicas ou estéticas. A fronteira entre o uso medicinal ou dopante de uma substância nem sempre é fácil de ser estabelecida. Muitos atletas flagrados em exames antidoping de urina8 ou de sangue9 afirmam não saberem dos efeitos dopantes de certas substâncias e de tê-las usado por razões médicas.
As principais substâncias consideradas dopantes e proibidas pela Agência Mundial Antidoping podem ser agrupadas nas seguintes categorias:
- estimulantes, que reduzem a fadiga10 e aumentam a adrenalina11;
- analgésicos12 e narcóticos, que diminuem a sensação de dor;
- esteroides anabólicos, que aumentam a força muscular;
- diuréticos13, usados para controlar o peso e também para mascarar o doping por outras substâncias;
- betabloqueadores, que diminuem a pressão arterial7 do atleta e são usados em competições de tiro e arco e flecha para manter estáveis as mãos14 do atleta;
- hormônios peptídeos e análogos, que aumentam o volume e a potência dos músculos15;
- corticosteroides que mascaram diversas lesões16 orgânicas, sobretudo de natureza inflamatória.
Como é feito o controle do doping no esporte?
O controle do doping é feito através do exame de uma amostra de urina8 e/ou de sangue9 do atleta, imediatamente após o fim de uma competição, o que é chamado de exame antidoping. Também podem ser realizados exames de surpresa nos atletas. Muitos atletas e instituições esportivas têm tido suas conquistas ou medalhas canceladas em virtude da constatação de doping posterior às suas conquistas.
Um método introduzido para auxiliar a detecção do doping por transfusões é o chamado “passaporte biológico”. Ele é um documento eletrônico sobre o atleta que contém certos dados marcadores de toda a sua carreira. Se estes dados mudarem dramaticamente, eles alertarão para a possibilidade de que o atleta possa estar usando doping.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.